Temas em Análise 193: Varejo reage em Agosto, mas ritmo segue lento

VAREJO REAGE EM AGOSTO, MAS RITMO SEGUE LENTO

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto, o volume de vendas do varejo restrito (que não considera veículos e material de construção) subiram 4,1% sobre o mesmo mês de 2017, superando as expectativas do mercado (ver tabela abaixo). Para o varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, a alta alcançou a 6,9%, na mesma base de comparação. Apesar das flutuações ocorridas nas últimas leituras, a tendência, refletida nas variações acumuladas em 12 meses, praticamente não se alterou para ambostipos de varejo
(3,3% e 6,5%, respectivamente).

Os resultados de agosto se explicam em boa medida pela melhora relativa dos salários
e da ocupação, além da liberação dos recursos do PIS-PASEP, beneficiando as vendas de hiper e supermercados e de outros artigos de uso pessoal e doméstico. Estas últimas também foram estimuladas pelas temperaturas mais baixas, que aumentaram a permanência das famílias em seus lares. No caso do varejo ampliado, o crescimento mais intenso continua sendo puxado pelas vendas de veículos, impulsionadas pelas melhores condições de crédito para esse segmento.

Em síntese, a recuperação do varejo, assim como da atividade econômica em geral,
continua lenta. Pesam negativamente os juros ainda elevados e as incertezas político-eleitorais, que contribuem para manter a confiança do consumidor no campo pessimista. Na medida em que se dissipem essas incertezas e o mercado de trabalho continue melhorando, pode-se esperar que as vendas do comércio aumentem de forma mais intensa.

Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal