VAREJO VOLTA A REGISTRAR VENDAS ABAIXO DO ESPERADO
Em outubro, as vendas do varejo restrito (que não considera veículos e material
de construção) voltaram a frustrar as expectativas do mercado, apesar de ter contado
com um dia útil a mais, crescendo apenas 1,9% sobre o mesmo mês de 2017 (ver tabela
abaixo), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O varejo
ampliado também voltou a decepcionar, embora tenha apresentado alta mais intensa,
na mesma base de comparação (6,2%). Os resultados acumulados em 12 meses
mostraram nova desaceleração (2,7% e 5,7%, respectivamente) em relação à leitura
anterior.
Esse arrefecimento poderia ser explicado pelo alto desemprego e pelas
condições financeiras ainda apertadas das famílias, além da incerteza eleitoral reinante
em outubro, que pode ter contribuído para o adiamento das compras, também
possivelmente impulsionado pela expectativa de descontos durante a “Black Friday”,
ocorrida no mês seguinte. Esses adiamentos poderiam ter sido a causa das quedas das
vendas de móveis e eletrodomésticos no comparativo anual. Os segmentos que
apresentaram elevação no volume de vendas foram supermercados e tecidos, vestuário
e calçados. O melhor resultado do varejo ampliado se deve fundamentalmente à forte
expansão das vendas de veículos.
Em síntese, os resultados de outubro confirmam a “perda de fôlego” do setor,
que deve crescer no ano abaixo do que se esperava. Contudo, o cenário para os
próximos meses é de retomada mais intensa do varejo, tendo em vista a forte
recuperação da confiança do consumidor em novembro, e a perspectiva de a inflação
se estabilizar em patamar relativamente baixo ao longo de 2019, o que permitiria que a
taxa de juros básica (SELIC) também permaneça baixa, contribuindo, assim, para
baratear o crédito.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal