INFLAÇÃO ANUAL SEGUE ABAIXO DA META EM AGOSTO
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou, em agosto, alta de 0,11%, desacelerando em relação a julho. O IPCA anual (acumulado em 12 meses), contudo, acelerou levemente para 3,43% (ver tabela abaixo), devido à queda de preços (deflação) registrada no mesmo mês do ano anterior, porém mantendo-se ainda bem abaixo da meta de inflação anual (4,25%).
Esses resultados se explicam pela redução dos preços do grupo alimentação e bebidas, devido à maior safra agrícola, e pela deflação dos transportes, refletindo a diminuição dos preços das passagens aéreas, gasolina e óleo diesel. Essas quedas mais do que compensaram o aumento das tarifas elétricas, por conta da aplicação da bandeira tarifária vermelha.
Por sua vez, Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), intensificou sua deflação em agosto (-0,51%). Essa nova queda, conjuntamente com o menor aumento dos preços das matérias primas agrícolas (IPA AGRO), também devido à maior safra, e industriais (IPA IND), decorrente do recuo dos preços do minério de ferro e do gás (GLP), contribuíram para desacelerar o resultado anual (acumulado em 12 meses), que alcançou 4,32%.
Em síntese, a inflação oficial (IPCA), em termos anuais, continua abaixo da meta perseguida pelo Banco Central, devendo encerrar o ano abaixo de 4,0%, devido ao fraco crescimento da demanda interna, às baixas expectativas de inflação e à menor pressão dos preços das matérias primas em geral. Seguem favoráveis as condições para que o Banco Central siga reduzindo a taxa de juros básica (SELIC) durante as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM).
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal