VENDAS DO VAREJO CRESCEM ACIMA DO ESPERADO EM JULHO
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de vendas do varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção), em julho, cresceu 4,3%, em relação ao mesmo mês do ano passado (ver tabela abaixo), superando as expectativas de mercado. No caso do varejo ampliado (que inclui todos os segmentos), a alta foi mais expressiva, alcançando a 7,6%. No acumulado de 12 meses, o crescimento das vendas chegou a 1,6% e 4,1%, respectivamente, ganhando ritmo sobre as leituras anteriores.
O melhor desempenho do varejo pode ser explicado pelo aumento da concessão de crédito à pessoa física, pelo leve recuo do desemprego e pela existência de um dia útil adicional em julho deste ano. Em todo caso, o consumidor continua pouco confiante, privilegiando as compras de itens mais básicos, o que explicaria a elevação das vendas dos artigos farmacêuticos e de outros artigos de uso pessoal e doméstico, em termo anuais. Por sua vez, a maior disponibilidade de crédito contribuiria para o maior volume comercializado de itens cuja compra depende relativamente mais de financiamento: móveis e eletrodomésticos; tecidos, calçados e vestuário; material de construção e veículos.
Em síntese, os dados do varejo registrados em julho foram melhores do que o esperado, porém, ainda não permitiriam concluir se refletem o início de uma recuperação ou constituem um “ponto fora da curva”. A continuidade do ciclo de redução da taxa básica de juros (SELIC) por parte do Banco Central, somada à liberação de recursos do FGTS e PIS-PASEP criam a perspectiva de resultados favoráveis durante os próximos meses.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal