DEFLAÇÃO DE SETEMBRO DERRUBA INFLAÇÃO ANUAL
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), houve queda (deflação) de 0,04% na inflação de setembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),surpreendendo os analistas de mercado, que esperavam leve aumento dos preços. Com isso, a inflação em 12 meses desacelerou fortemente, alcançando a 2,89% (ver tabela abaixo), patamar ainda menor do que a meta anual perseguida pelo Banco Central (4,25%).
Esses resultados se explicam pela redução dos preços do grupo alimentação e bebidas, devido à maior safra agrícola, e pela deflação dos artigos de residência, provavelmente devido a descontos e promoções concedidas, frente ao fraco crescimento da demanda. A desaceleração da inflação e as menores expectativas de aumentos de preço também contribuem para a descompressão dos preços, ao inibir reajustes e repasses.
No mesmo mês, outro importante indicador de inflação, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou pequena alta (0,5%). Essa variação mensal, conjuntamente com a menor elevação dos preços das matérias primas agrícolas(IPA AGRO), em decorrência da maior safra, e das industriais (IPA IND), afetadas pela queda do preço do minério de ferro, provocaram nova desaceleração do índice em 12 meses, que alcançou a 3,0%.
Em síntese, a inflação continua dando sinais de que atingirá patamares menores neste ano e nos próximos, elevando as chances de continuidade do ciclo de redução da taxa de juros básica (SELIC) durante as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM).
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal