INFLAÇÃO ACELERA EM FEVEREIRO, MAS SE APROXIMA DA META ANUAL
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta em fevereiro de 0,25%, acelerando em relação à alta registrada em janeiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, foi a menor inflação para o mês nos últimos 20 anos, fazendo o resultado anual (12 meses) recuar para 4,01% (ver tabela abaixo), nível praticamente coincidente com a meta perseguida pelo Banco Central (4,0%). O principal responsável pela aceleração mensal foi o segmento educação, devido ao reajuste das mensalidades, tradicional no começo do ano. Por sua vez, o novo recuo dos preços da carne contribuiu para atenuar o aumento de preços do grupo alimentação e bebidas (IPCA AL.), um dos itens mais importantes da cesta básica.
Outro importante índice de inflação, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou forte arrefecimento no mesmo mês, diminuindo sua alta anual (12 meses) de 7,7%, registrado na leitura anterior para 6,4%. Esse resultado, pode ser explicado em grande parte pelas quedas dos preços dos combustíveis, do minério de ferro e dos alimentos no atacado, que mais do que compensaram o efeito inflacionário da alta dólar, resultando em descompressão dos preços das matérias primas industriais (IPA IND.) e agrícolas (IPA AGRO).
Em síntese, a inflação oficial (IPCA), apesar de acelerar em fevereiro, não preocupa, por tratar se de efeito puramente sazonal. O IGP-DI também mostra arrefecimento na alta de preços no atacado. A nova safra agrícola recorde, a queda dos preços das matérias primas no mercado internacional, a elevada ociosidade da economia e o impacto possivelmente deflacionário do coronavírus deverão manter a inflação em patamares baixos, apesar da forte elevação do dólar, que eleva os custos de produção, aumentando a pressão por repasses aos preços finais.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal