INFLAÇÃO CONTINUA ACELERANDO EM JULHO, PORÉM AINDA
ABAIXO DO PISO DA META ANUAL
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho, acelerou em relação ao mês anterior, apresentando elevação de 0,36%, em linha com as expectativas de mercado. Este resultado contribuiu para aumentar a inflação em 12 meses, que alcançou 2,31% (ver tabela abaixo), porém mantendo-se ainda abaixo do limite inferior da meta perseguida pelo Banco Central (2,5%).
Grande parte desse resultado se explica pelo reajuste dos preços da gasolina, afetados pelo encarecimento do petróleo no mercado internacional, e da energia elétrica, num contexto geral de consumo deprimido pelas quedas da atividade, da renda e do emprego, decorrentes da pandemia e das medidas de isolamento social.
No mesmo mês, também houve aceleração do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que passou de 1,60%, em junho, para 2,34%, fazendo a variação em 12 meses avançar para 10,37%, a maior alta desde dezembro de 2015. Mais uma vez, a maior inflação observada no atacado (IPA), nesta oportunidade, tanto no caso das matérias primas industrias (IPA IND), como agrícolas (IPA AGRO), pressionadas pela maior cotação do Dólar e pelo aumento dos preços de várias commodities relevantes, foi a principal causa desse comportamento do IGP-DI.
Em síntese, a aceleração do IPCA em julho, a exemplo do mês anterior, se deve a fatores pontuais, mantendo sua tendência a terminar 2020 abaixo da meta anual (4,0%), em função da elevada ociosidade e da queda no consumo, resultante dos efeitos negativos da pandemia e do distanciamento social. As maiores pressões dos preços no atacado, no cenário atual, não deverão alterar essa trajetória.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal