INFLAÇÃO DESACELERA EM JANEIRO, MAS FICA ACIMA DA META
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em janeiro, desacelerou em relação ao mês anterior, apresentando elevação de 0,25%, abaixo das expectativas de mercado. Contudo, em 12 meses, o IPCA acelerou para 4,56% (ver tabela abaixo), acima da meta anual (3,75%), porém abaixo do limite máximo permitido (5,25%).
A inflação continuou sendo explicada principalmente pelos aumentos dos preços dos alimentos e bebidas, em decorrência da maior demanda por parte das famílias, ocasionada pelo isolamento social e pela utilização do home office, causados pela pandemia.
No mesmo mês, houve aceleração do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que passou de 0,96%, em dezembro, para 2,91%, fazendo a variação em 12 meses avançar para 26,55%. A maior inflação observada no atacado (IPA), causada pela elevação dos preços das matérias primas industriais (IPA IND) e agrícolas (IPA AGRO), pressionadas pela maior cotação do dólar e pelo aumento dos preços de várias commodities importantes, foi a principal causa desse comportamento do IGP-DI.
Em síntese, em janeiro, a inflação oficial, medida pelo IPCA, desacelerou, porém ainda continua pressionada pelas elevações dos preços dos alimentos. Em termos anuais, ficou acima da meta, mas com tendência de diminuição durante os próximos meses, por conta do elevado desemprego e da redução do poder aquisitivo das famílias, que deveria conter os repasses dos maiores custos observados no atacado.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal