Inflação em Abril Continua Recuando, Porém Mostrando Resiliência
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostrou alta de 0,61%, menor do que a registrada no mês anterior (0,71%), porém acima do esperado pelo mercado. Em 12 meses, o IPCA acumulou elevação de 4,18% (ver tabela abaixo), desacelerando frente à leitura anterior, quando alcançou 4,65%, e ficando mais abaixo do limite máximo da meta anual de inflação (4,75%).
As principais pressões vieram do setor saúde e cuidados pessoais, devido ao reajuste anual dos medicamentos, e do grupo alimentação e bebidas, por conta do aumento de preços da alimentação no domicílio. A alta de preços foi mais disseminada em comparação com o mês anterior, afetando 66% do total dos itens da cesta básica. As medidas de núcleos da inflação, que excluem os preços mais flutuantes, vieram mais pressionados, principalmente no caso dos serviços.
Por sua vez, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) aprofundou a variação negativa (deflação), caindo 1,01% em abril, devido principalmente à queda nos preços das grandes commodities (ferro, milho e soja), aprofundando a redução do índice em 12 meses, que alcançou a -2,57%.
Em resumo, o IPCA continua apresentando desaceleração em termos anuais, porém de forma ainda gradual e com aumentos de preços mais disseminados. O IGP-DI, por sua vez mostrou aprofundamento da deflação “no atacado”. Nesse sentido, a resiliência da inflação parece depender em maior medida de pressões originadas pelo lado da demanda.
Para os próximos meses, é esperada uma desaceleração do IPCA até junho, voltando a acelerar de julho a dezembro, quando o efeito da desoneração dos combustíveis for retirado da base do IPCA.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal