Os dados da PMC – Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados pelo IBGE relativos a Novembro, mostram que a recuperação do varejo vem se consolidando, sinalizando tendência de crescimento mais expressivo das vendas para 2.018. O varejo restrito apresentou expansão de 5,9% em relação a novembro de 2.016, superando as previsões do mercado e elevando para 1,1% o aumento acumulado em 12 meses, com taxas positivas em cinco das oito atividades pesquisadas. Se considerarmos o Varejo Ampliado, que inclui também Veículos, Motos, Peças e Material de Construção o percentual de crescimento é ainda maior na comparação novembro 2.017/2.016, atingindo a 8,7%, graças à forte expansão das vendas de seus dois componentes. Veículos com aumento de 9,2% e Material de Construção com14,9% puxaram o resultado total do varejo para 2,6% em doze meses.
Os supermercados, beneficiados pela queda significativa dos preços dos alimentos (-2,3%) e pela expansão da massa salarial (4,5%) em novembro, comparado a igual mês do ano anterior apresentaram aumento das vendas de 5,2%, enquanto os Móveis e Eletrodomésticos, com crescimento de 15,6% no mesmo período tiveram suas vendas alavancadas pela redução dos juros, ampliação dos prazos e queda da inadimplência, além da “Black Friday” que potencializou os fatores citados.
Enquanto Tecidos, Vestuário e Calçados (9,1%), Farmácias e Perfumarias (8,0%) e Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (8,1%) apresentaram resultados positivos em novembro, os Equipamentos e Material de Escritório e Informática e Comunicação registraram retração de 6,8¨% nas vendas de novembro, possivelmente pela redução dos investimentos das empresas em decorrência da recessão. Desempenho negativo (-2,3%) também se verificou no tocante Livros, Jornais, Revistas e Papelaria, que não apresenta sinais de que vá se recuperar no curto prazo.
Os resultados da PMC de novembro, confirmados pelos dados disponíveis de dezembro, permitem esperar para 2.018 um desempenho mais positivo do varejo, embora não suficiente para reverter as perdas dos anos anteriores. Para tanto é necessário que os juros se mantenham em patamares compatíveis com a taxa de inflação.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal