Em janeiro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo restrito (que não considera veículos e materiais de construção) aumentaram 3,2% em relação ao mesmo mês de 2017 (ver tabela abaixo), superando as expectativas do mercado (2,5%), e configurando a 10ª alta consecutiva. No caso do varejo ampliado (que inclui todos os segmentos), a alta chegou a 6,5%, mantendo-se a mesma base de comparação.
Nos resultados acumulados nos últimos 12 meses, que representam de forma mais clara a tendência, livres de qualquer efeito sazonal ou diferença do número de dias úteis, ambos tipos de comércio seguiram mostrando resultados positivos (2,5% e 4,6%, respectivamente).
Na comparação com janeiro de 2017, o crescimento das vendas do varejo continuou a apresentar perfil disseminado e heterogêneo, beneficiado, pelo menos em parte, pela fraca base de comparação, afetada por dois anos consecutivos de queda. Os supermercados deram a maior contribuição, apresentando alta de 3,1%, estimulada pela queda dos preços dos alimentos e pela recuperação do salário e do emprego.
Esse último fator, aliado à melhora nas condições do crédito, também foi responsável pelas maiores compras de móveis e eletrodomésticos (5,3%), veículos (18,2%), artigos de informática (4,2%) e material de construção (7,3%). Por sua vez, o segmento de tecidos, vestuário e calçados ficou praticamente estagnado (0,2%), provavelmente refletindo o clima chuvoso, que desestimulou as vendas da temporada primavera-verão.
Em síntese, os resultados de janeiro mostram que as vendas do varejo seguem sua trajetória de recuperação. A perspectiva para o resto do ano é de aceleração do crescimento do volume comercializado, na medida em que o emprego e os salários continuem a aumentar e as taxas de juros sejam ainda menores, num contexto de inflação abaixo das expectativas iniciais.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal