Em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa o índice de inflação “oficial”, acelerou 0,22%, frente aumento de 0,09%, observada em março, porém, mantendo-se abaixo do esperado. Esse resultado também acelerou a inflação acumulada em 12 meses, que ficou em 2,76%, abaixo do limite inferior da meta anual (3,0%).
A maior elevação do IPCA de abril se explica fundamentalmente pelo alta dos preços do grupo saúde, principalmente devido aos reajustes dos remédios e planos de saúde. Também contribuíram as maiores tarifas elétricas e o leve aumento doa preços de alimentos.
Durante o mesmo mês, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGPDI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que corresponde a uma medida mais abrangente da inflação, também mostrou aceleração, com alta de 0,93%, ante 0,56% observada em março. Houve pressão dos preços das matérias primas industriais (IPA IND) e agrícolas (IPA AGRO), devido ao maior preço dos combustíveis, à maior taxa de
câmbio e aos maiores preços internacionais de soja e milho.
Em síntese, a inflação medida pelo IPCA, em 12 meses, continua abaixo do limite inferior da meta anual, favorecendo o prognóstico de redução de 0,25% na taxa de juros básica (SELIC) na próxima reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central (COPOM). Contudo, a aceleração dos preços no atacado, que tende, mais adiante, a ser repassada ao consumidor, aumentando seu custo de vida, daria suporte à tendência de uma “pausa” no ciclo de redução dos juros.
Por IEGV - Instituto de Economia Gastão Vidigal