Em termos econômicos, embora sem que se disponha da evolução dos indicadores relativos aos últimos meses de 2019, pode-se dizer que, na prática, o ano já terminou, e, portanto, seria hora de realizar um balanço, que permita avaliar a situação atual da conjuntura econômica brasileira, ao término do primeiro ano do Governo Bolsonaro.
Durante os últimos três meses, a cotação do dólar vem se elevando para níveis acima de R$ 4,00, levando, inclusive a um aumento das expectativas da taxa de câmbio por parte dos analistas que o Relatório FOCUS do Banco Central consulta semanalmente. Quais seriam as causas dessa evolução e quais poderão ser os efeitos sobre a economia brasileira.
A reforma da Previdência está praticamente aprovada, o que significará, mesmo com algumas concessões, que provoquem alguma “desidratação”, importante contenção do crescimento das despesas obrigatórias da União durante os próximos anos, medida fundamental para recobrar a solvência das contas públicas.
A evolução da atividade econômica no segundo trimestre de 2019, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), ainda não foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porém a expectativa do mercado é de estagnação em relação aos primeiros três meses do ano, ou ainda de queda, o que, ao ser consecutiva, configuraria a chamada “recessão técnica”.
No final da semana passada, o relator da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara de Deputados, Deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), apresentou seu parecer sobre a proposta enviada pelo Governo Bolsonaro ao Congresso. Tal como sugerido em palestra proferida pelo mesmo relator na reunião conjunta do Conselho Político e Social (COPS) e do Conselho de Economia (COE) da Associação Comercial de São Paulo, sua “contraproposta” manteve praticamente inalterados os principais eixos, do ponto de vista fiscal, da versão original: a idade mínima de aposentadoria e a regra de cálculo do benefício previdenciário.
Os dados disponíveis até o momento indicam que a economia brasileira continua crescendo pouco, abaixo das expectativas do início do ano, afetada pela incerteza política relativa ao andamento das reformas, pela queda na produção mineral, em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho, e por um cenário externo menos favorável, marcado pela “guerra comercial” entre Estados Unidos e China e pela desaceleração dos principais países da Comunidade Europeia. O índice Nacional de Confiança do Consumidor (INC), elaborado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), revela que o consumidor está cauteloso para assumir compromissos de médio e longo prazos.